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sábado, 31 de agosto de 2013

"Violência e impunidade em pauta: problemas e perspectivas sob a ótica da antropologia forense no Brasil", por Andrea Lessa

Introdução
O notável crescimento da violência nas grandes metrópoles, tanto em países desenvolvidos como em vias de desenvolvimento, acabou por inseri-la como uma das principais preocupações no campo da saúde coletiva em todo o mundo há quase duas décadas1, 2.

Nos Estados Unidos, a violência interpessoal já é a principal causa de mortes prematuras entre adultos jovens3, sendo considerada uma epidemia e um problema prioritário de saúde em todo o mundo. Esta situação levou a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) a criar o Plano de Ação Regional para prevenção e atuação contra o crescimento da violência4.

No Brasil, a análise dos dados de mortalidade da década de oitenta lhe garantiu o posto de segunda causa de óbito no país a partir de 1989, contribuindo com 15,3% da mortalidade geral, atrás apenas das doenças cardiovasculares5.

sábado, 27 de julho de 2013

"Violência psicológica na prática profissional da enfermeira", por Rute Barbosa

Introdução
A violência psicológica é um fenômeno complexo compreendido como síndrome psicossocial multidimensional. Psicossocial porque afeta o indivíduo, o grupo de trabalho e a organização, produzindo disfunções em nível individual e coletivo, gerando importantes repercussões externas; e multidimensional porquanto se apresenta comumente com uma gama de sintomas físicos e psíquicos, específicos e inespecíficos, não redutíveis a uma configuração típica e facilmente diagnosticável.

A Lei Maria da Penha define violência psicológica como "qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação".

A violência psicológica afeta a muldimensionalidade da mulher, porquanto sua invisibilidade deixa marcas causadas por sua frequência, e a trivialidade com que é tratada desestrutura a identidade individual.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

"Violência de gênero no campo da Saúde Coletiva: conquistas e desafios", Lilia Schraiber e Ana Paula Portella

Violência como questão do social e da Saúde
Violência é reconhecida como fenômeno sociocultural, em sua origem e repercussões, e quase sempre concebida como atinente à segurança pública e ao judiciário1. Reconhecê-la como uma questão também da Saúde, portanto, não é algo fácil e a precedência histórica de sua abordagem pelas Ciências Humanas e Sociais reforça esse ponto de vista.

De fato, é cronologicamente mais tardia a tomada da violência como objeto do campo da Saúde2-4, em particular da violência contra as mulheres, a qual é frequentemente apontada como estranha aos escopos da atuação profissional, não obstante serem os danos físicos ou mentais consequentes à violência reconhecidos pelos profissionais como de suas competências5. Ademais, na Saúde, é a Saúde Coletiva a que mais se aplica ao problema, buscando, para tal, referências em sua base interdisciplinar6.

Colonizada pela cultura científica e profissional originária da medicina, a Saúde Coletiva já possui diversos desafios, devendo enfrentar uma questão particular no caso da violência: como assumi-la e evitar cisões internas ao seu próprio domínio.